Um dos projetos editoriais mais importantes da UNESCO nos últimos trinta
anos, a coleção História Geral da África é um grande marco no processo
de reconhecimento do patrimônio cultural da África, pois ela permite
compreender o desenvolvimento histórico dos povos africanos e suas
relação com outras civilizações a partir de uma visão panorâmica,
diacrônica e objetiva, obtida de dentro do continente. A coleção foi
produzida por mais de 350 especialistas das mais variadas áreas do
conhecimento, sob a direção de um Comitê Científico Internacional
formado por 39 intelectuais, dos quais dois terços eram africanos.
Publicada em oito volumes, a edição completa da coleção História Geral
da África está agora também disponível em português. A edição completa
da coleção está publicada também em árabe, inglês e francês, sua versão
condensada está editada em inglês, francês e em várias outras línguas,
incluindo hausa, peul e swahili.
Site onde estão disponíveis os livros para download:
http://www.unesco.org/pt/brasilia/dynamic-content-single-view/news/general_history_of_africa_collection_in_portuguese/back/20527/cHash/fa3a677a3d/
Textos, comentários, traduções de artigos, musica e tudo relacionado a Capoeira Angola - Ancestralidade Afrobrasileira - Batuque, Reggae, Musica do Mundo Literatura - Teatro - trabalho voluntário, justiça social igualdade racial
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
120 Anos de Mestre Pastinha
O ano de 2008 marcou os 120 anos de abolição inconclusa da escravidão da população negra no Brasil. Fomos agraciados, pela imprensa televisiva e impressa, além da rede eletrônica, com a morte, pelo Estado brasileiro, de três jovens negros do Morro da Providência no Rio de Janeiro: Wellington Gonzaga Costa, Davi Florêncio da Silva e Marcos Paulo da Silva.
O Morro da Providência, no século XIX, mais precisamente em 1890, de certa forma aparece no capítulo XIII do Código Penal do Brasil. O capítulo XIII é intitulado: “Dos vadios e capoeiras”. Neste capítulo a capoeira criminalizada está vinculada às Maltas. Citando o código:
“Código Penal da República dos Estados Unidos do Brasil
(Decreto número 847, de 11 de outubro de 1890)
Capítulo XIII -- Dos vadios e capoeiras
Art. 402. Fazer nas ruas e praças públicas
exercício de agilidade e destreza corporal conhecida pela denominação Capoeiragem: andar em carreiras, com armas ou instrumentos capazes de produzir lesão corporal, provocando tumulto ou desordens, ameaçando pessoa certa ou incerta, ou incutindo temor de algum mal;
Pena -- de prisão celular por dois a seis meses.
A penalidade é a do art. 96.
Parágrafo único. É considerada circunstância agravante pertencer
o capoeira a alguma banda ou malta. Aos chefes ou cabeças, se imporá
a pena em dôbro.
Art. 403. No caso de reincidência será aplicada ao capoeira, no grau máximo,
a pena do art. 400.
Parágrafo único. Se fôr estrangeiro, será deportado depois de cumprida a pena.
Art. 404. Se nesses exercícios de capoeiragem
perpetrar homicídio, praticar alguma lesão corporal,
ultrajar o pudor público e particular, perturbar
a ordem, a tranqüilidade ou segurança pública
ou for encontrado com armas,
incorrerá cumulativamente nas penas cominadas para tais crimes.”
Segundo SOARES (Revista Nossa História, Ano-1 número 5, 2004) o atual Morro da Providência era, no século XIX, chamado de Morro do Livramento e era uma das freguesias de uma das Maltas do Rio de Janeiro, a Malta Guaiamun. As Maltas compartilhavam o espaço físico e político do Rio de Janeiro juntamente com o Estado. Ainda, segundo o autor, as Maltas poderiam ser consideradas como ensaios do crime organizado com o qual convivemos no Brasil do século XXI.
“Crime Organizado”?
Aqui cabe um pedido de licença poética a Mano Brown (Racionais MC) para citá-lo. Quando da sua ida ao programa Roda Viva da TV Cultura, em 2007, Mano Brown convida a todos nós para uma reflexão sobre a afirmação por ele emitida de que somos todos criminosos por aceitarmos o Brasil como ele é, ou seja, com as suas desigualdades sociais e raciais.
Mas não é que o Brasil da igualdade constitucional do século XXI reserva para os jovens negros do Morro da Providência, pra ficar nesse território, o mesmo destino que reservava para os jovens pertencentes às Maltas no século XIX. Ou seja, morte no máximo aos 24 anos de idade!
Como escrevemos os séculos em algarismos romanos podemos perceber que os símbolos para o século XIX e para o XXI nos possibilitam uma pequena mexida e o que pareceria ser um avanço, o século XXI, na verdade pode significar uma quase imobilidade social, século XIX, da população negra no Brasil. Aqui para não nos afogarmos em números é sempre bom citar os dados estatísticos de órgãos como IBGE e IPEA, por exemplo, sobre as desigualdades em relação à população afro-descendente.
A capoeira em julho de 2008 foi transformada pelo IPHAN, em Patrimônio Imaterial da Cultura Brasileira. Obviamente que o Brasil não poderia patrimoniar a capoeira como AFRO-brasileira porque assim estaria patrimoniando a ascendência africana desse jogo/luta/dança.
Gilberto Gil em uma das suas canções diz que: “...quando os povos da África chegaram aqui, não tinham liberdade de religião, adotaram o Senhor do Bonfim tanto resistência quanto rendição..” E foi assim que a cultura afro-brasileira foi se resistindo e se rendendo, até que uma de suas mais belas manifestações, descriminalizada na era de GetúlioVargas, chegou ao status de Patrimônio Imaterial sem o seu hífen umbilical africano.
Mas por isso a capoeira perdeu a sua matriz africana?
Uma resposta possível é o não. Porque se lembrarmos de Mestre Pastinha (05/04/1889 – 13/11/1981) vamos lembrar que após a descriminilização da capoeira, na era Vargas, tivemos uma espécie de duplicação da mesma: 1) a capoeira Regional baiana, criada por Mestre Bimba, que provocou o encantamento do Estado (Getúlio Vargas) com o crime (Capoeira) e que inovando na rendição deu volta ao mundo nas voltas que o mundo dá. Propiciando ao Brasil mais um “orgulho” de apropriação quase indébita, pela via do turismo, para apresentar a capoeira brasileira ao exterior e ao nosso interior. A capoeira tem hoje a possibilidade de se tornar, pelo bem e pelo mal, um esporte olímpico; e 2) a capoeira Angola, difundida por Mestre Pastinha, que manteve a tradição do N’Golo africano mantendo os elementos jogo-dança-luta inseparáveis.
A capoeira foi defendida pelo ex-Ministro da Cultura Gilberto Gil como a linguagem da paz no mundo como apresentada no Documentário Capoeira Paz no Mundo. Este documentário presta uma homenagem ao diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello, morto num atentado terrorista no dia 19 de agosto de 2003, em Bagdá, na sede local da Organização das Nações Unidas (ONU).
O vídeo apresenta o ato em memória ao embaixador, promovido no Victoria Hall Theatre, em Genebra, um ano após a sua morte, em 2004, e que destacou a importância da Capoeira ser apoiada por uma política pública específica.Além de ser uma possibilidade real de linguagem da paz mundial (www.cultura.gov.br).
No próximo mês de abril que se avizinha em 2009, mais precisamente no dia 05, “Seu” Pastinha - como ainda lhe chama o seu discípulo mais dedicado e o capoeira mais velho do mundo, com 91 anos, um grande Griot, Mestre João Pequeno (Doutor Honoris Causa da Universidade Federal de Uberlândia em 2003 e da Universidade Federal da Bahia em 2008; Comendador (Ordem do Mérito Cultural) da Cultura brasileira em 2003) – completaria 120 anos.
Apesar do Mestre Pastinha também ter sido tornado Comendador em 2005, já fazia um bom tempo que ele havia morrido, mas a presença dele no seu discípulo traz a marca forte da tradição africanamente brasileira que se perpetua através dos seus ensinamentos. Então, é assim, o IPHAN sumiu com o afro e a capoeira se rendeu ao Patrimônio Brasileiro nos 120 anos de abolição inconclusa da população negra e Mestre Pastinha, nos seus 120 anos, in memorian, mantém viva, através do Mestre João Pequeno de Pastinha, a memória africana da capoeira Angola. Mantendo firme o propósito de resistência negra no Brasil. Afinal foi assim que Barack Obama nos seus primeiros atos de presidente negro americano fechou Guantánamo, redirecionou fundos estatais para entidades que defendem o aborto etc. Foi assim também que os Estados Unidos foram os primeiros no mundo a outorgar um diploma de Doutor Honoris Causa a um mestre de capoeira. O diploma foi outorgado ao Mestre João Grande, também discípulo de Pastinha, radicado há mais de 20 anos em Nova York recebeu o diploma pela Universidade de Upsala em Nova Jersey em 1995. E a capoeira de Pastinha continua dando volta ao mundo.
Yê...viva Pastinha camará!
27/01/2009 ás 12:13:20 por :
Fonte: Guimes Rodrigues Filho
O Morro da Providência, no século XIX, mais precisamente em 1890, de certa forma aparece no capítulo XIII do Código Penal do Brasil. O capítulo XIII é intitulado: “Dos vadios e capoeiras”. Neste capítulo a capoeira criminalizada está vinculada às Maltas. Citando o código:
“Código Penal da República dos Estados Unidos do Brasil
(Decreto número 847, de 11 de outubro de 1890)
Capítulo XIII -- Dos vadios e capoeiras
Art. 402. Fazer nas ruas e praças públicas
exercício de agilidade e destreza corporal conhecida pela denominação Capoeiragem: andar em carreiras, com armas ou instrumentos capazes de produzir lesão corporal, provocando tumulto ou desordens, ameaçando pessoa certa ou incerta, ou incutindo temor de algum mal;
Pena -- de prisão celular por dois a seis meses.
A penalidade é a do art. 96.
Parágrafo único. É considerada circunstância agravante pertencer
o capoeira a alguma banda ou malta. Aos chefes ou cabeças, se imporá
a pena em dôbro.
Art. 403. No caso de reincidência será aplicada ao capoeira, no grau máximo,
a pena do art. 400.
Parágrafo único. Se fôr estrangeiro, será deportado depois de cumprida a pena.
Art. 404. Se nesses exercícios de capoeiragem
perpetrar homicídio, praticar alguma lesão corporal,
ultrajar o pudor público e particular, perturbar
a ordem, a tranqüilidade ou segurança pública
ou for encontrado com armas,
incorrerá cumulativamente nas penas cominadas para tais crimes.”
Segundo SOARES (Revista Nossa História, Ano-1 número 5, 2004) o atual Morro da Providência era, no século XIX, chamado de Morro do Livramento e era uma das freguesias de uma das Maltas do Rio de Janeiro, a Malta Guaiamun. As Maltas compartilhavam o espaço físico e político do Rio de Janeiro juntamente com o Estado. Ainda, segundo o autor, as Maltas poderiam ser consideradas como ensaios do crime organizado com o qual convivemos no Brasil do século XXI.
“Crime Organizado”?
Aqui cabe um pedido de licença poética a Mano Brown (Racionais MC) para citá-lo. Quando da sua ida ao programa Roda Viva da TV Cultura, em 2007, Mano Brown convida a todos nós para uma reflexão sobre a afirmação por ele emitida de que somos todos criminosos por aceitarmos o Brasil como ele é, ou seja, com as suas desigualdades sociais e raciais.
Mas não é que o Brasil da igualdade constitucional do século XXI reserva para os jovens negros do Morro da Providência, pra ficar nesse território, o mesmo destino que reservava para os jovens pertencentes às Maltas no século XIX. Ou seja, morte no máximo aos 24 anos de idade!
Como escrevemos os séculos em algarismos romanos podemos perceber que os símbolos para o século XIX e para o XXI nos possibilitam uma pequena mexida e o que pareceria ser um avanço, o século XXI, na verdade pode significar uma quase imobilidade social, século XIX, da população negra no Brasil. Aqui para não nos afogarmos em números é sempre bom citar os dados estatísticos de órgãos como IBGE e IPEA, por exemplo, sobre as desigualdades em relação à população afro-descendente.
A capoeira em julho de 2008 foi transformada pelo IPHAN, em Patrimônio Imaterial da Cultura Brasileira. Obviamente que o Brasil não poderia patrimoniar a capoeira como AFRO-brasileira porque assim estaria patrimoniando a ascendência africana desse jogo/luta/dança.
Gilberto Gil em uma das suas canções diz que: “...quando os povos da África chegaram aqui, não tinham liberdade de religião, adotaram o Senhor do Bonfim tanto resistência quanto rendição..” E foi assim que a cultura afro-brasileira foi se resistindo e se rendendo, até que uma de suas mais belas manifestações, descriminalizada na era de GetúlioVargas, chegou ao status de Patrimônio Imaterial sem o seu hífen umbilical africano.
Mas por isso a capoeira perdeu a sua matriz africana?
Uma resposta possível é o não. Porque se lembrarmos de Mestre Pastinha (05/04/1889 – 13/11/1981) vamos lembrar que após a descriminilização da capoeira, na era Vargas, tivemos uma espécie de duplicação da mesma: 1) a capoeira Regional baiana, criada por Mestre Bimba, que provocou o encantamento do Estado (Getúlio Vargas) com o crime (Capoeira) e que inovando na rendição deu volta ao mundo nas voltas que o mundo dá. Propiciando ao Brasil mais um “orgulho” de apropriação quase indébita, pela via do turismo, para apresentar a capoeira brasileira ao exterior e ao nosso interior. A capoeira tem hoje a possibilidade de se tornar, pelo bem e pelo mal, um esporte olímpico; e 2) a capoeira Angola, difundida por Mestre Pastinha, que manteve a tradição do N’Golo africano mantendo os elementos jogo-dança-luta inseparáveis.
A capoeira foi defendida pelo ex-Ministro da Cultura Gilberto Gil como a linguagem da paz no mundo como apresentada no Documentário Capoeira Paz no Mundo. Este documentário presta uma homenagem ao diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello, morto num atentado terrorista no dia 19 de agosto de 2003, em Bagdá, na sede local da Organização das Nações Unidas (ONU).
O vídeo apresenta o ato em memória ao embaixador, promovido no Victoria Hall Theatre, em Genebra, um ano após a sua morte, em 2004, e que destacou a importância da Capoeira ser apoiada por uma política pública específica.Além de ser uma possibilidade real de linguagem da paz mundial (www.cultura.gov.br).
No próximo mês de abril que se avizinha em 2009, mais precisamente no dia 05, “Seu” Pastinha - como ainda lhe chama o seu discípulo mais dedicado e o capoeira mais velho do mundo, com 91 anos, um grande Griot, Mestre João Pequeno (Doutor Honoris Causa da Universidade Federal de Uberlândia em 2003 e da Universidade Federal da Bahia em 2008; Comendador (Ordem do Mérito Cultural) da Cultura brasileira em 2003) – completaria 120 anos.
Apesar do Mestre Pastinha também ter sido tornado Comendador em 2005, já fazia um bom tempo que ele havia morrido, mas a presença dele no seu discípulo traz a marca forte da tradição africanamente brasileira que se perpetua através dos seus ensinamentos. Então, é assim, o IPHAN sumiu com o afro e a capoeira se rendeu ao Patrimônio Brasileiro nos 120 anos de abolição inconclusa da população negra e Mestre Pastinha, nos seus 120 anos, in memorian, mantém viva, através do Mestre João Pequeno de Pastinha, a memória africana da capoeira Angola. Mantendo firme o propósito de resistência negra no Brasil. Afinal foi assim que Barack Obama nos seus primeiros atos de presidente negro americano fechou Guantánamo, redirecionou fundos estatais para entidades que defendem o aborto etc. Foi assim também que os Estados Unidos foram os primeiros no mundo a outorgar um diploma de Doutor Honoris Causa a um mestre de capoeira. O diploma foi outorgado ao Mestre João Grande, também discípulo de Pastinha, radicado há mais de 20 anos em Nova York recebeu o diploma pela Universidade de Upsala em Nova Jersey em 1995. E a capoeira de Pastinha continua dando volta ao mundo.
Yê...viva Pastinha camará!
27/01/2009 ás 12:13:20 por :
Fonte: Guimes Rodrigues Filho
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
A ética na Capoeira - Por Mestre Decânio
Mestre Pastinha deixou traçado nos seus manuscritos o roteiro do código de conduta (ética) dos capoeiristas de todas as categoria (mestres, alunos e graduados).
As grandes preocupações do Venerando Mestre sempre foram o futuro da capoeira e os capoeiristas do futuro.
Talvez antevendo a transformação da capoeira-jogo num desporto pugilístico, em detrimento dos seus aspectos educacionais e lúdicos.
O abandono do ritmo ijexá, majestoso, solene, gerador de movimentos elegantes e pacíficos, pelos toques rápidos e de caráter belicoso, é a base sobre a qual vem se desenvolvendo uma capoeira, mais preocupada em "soltar os
golpes" que em se esquivar do movimentos de potencial agressivo, característica predominante entre os capoeiristas do passado aparentemente invisíveis e intangíveis como o vento (daí a lenda do desaparecimento sob forma de besouro,
bananeira ou de simplesmente deixarem de ser vistos nos momentos de perigo) .
A influência da violência cada vez maior da sociedade moderna vem desviando a atenção dos verdadeiros fundamentos da capoeira, tornando-a em mais um fator de violência, sob o falso manto de defesa pessoal e de arte marcial, mero pugilato executado sob um fundo musica de caráter belicoso.
Mister se faz o retorno às origens, diria Frede Abreu, lembrando as palavras singelas do nosso Mestre, no seu dialeto afro-baiano, um verdadeiro código de ética.
Seus conselho, guardados e obedecidos, certamente tornariam desnecessária uma regulamentação ou codificação extensa e prolixa. "Os mestre não pode ensinar com discortez nem de modo àgressivo, não . devemos procurar ficar isolados por que nada podemos fazer sem amôr ao esporte."
Manuscritos e Desenhos de Mestre Pastinha (pág.7a, linhas 15-19) O egoismo, a agressividade, a deslealdade, o orgulho, a vaidade, os interesses mercenários, levam ao isolamente - reverso da esportividade. "O bom capoeirista nunca se exalta procura sempre estar calmo para poder reflitir com percisão e acerto; não discute com seus camaradas ou alunos, não touma o jogo sem ser sua vez; para não aborrecer os companheiros e dai surgir uma rixa; ensinar aos seus alunos -sem procurar fazer exibição de modo agresivo nem apresentar-se de modo discortez..."
Manuscritos e Desenhos de Mestre Pastinha (pág.7a, linhas 19-23)
As grandes preocupações do Venerando Mestre sempre foram o futuro da capoeira e os capoeiristas do futuro.
Talvez antevendo a transformação da capoeira-jogo num desporto pugilístico, em detrimento dos seus aspectos educacionais e lúdicos.
O abandono do ritmo ijexá, majestoso, solene, gerador de movimentos elegantes e pacíficos, pelos toques rápidos e de caráter belicoso, é a base sobre a qual vem se desenvolvendo uma capoeira, mais preocupada em "soltar os
golpes" que em se esquivar do movimentos de potencial agressivo, característica predominante entre os capoeiristas do passado aparentemente invisíveis e intangíveis como o vento (daí a lenda do desaparecimento sob forma de besouro,
bananeira ou de simplesmente deixarem de ser vistos nos momentos de perigo) .
A influência da violência cada vez maior da sociedade moderna vem desviando a atenção dos verdadeiros fundamentos da capoeira, tornando-a em mais um fator de violência, sob o falso manto de defesa pessoal e de arte marcial, mero pugilato executado sob um fundo musica de caráter belicoso.
Mister se faz o retorno às origens, diria Frede Abreu, lembrando as palavras singelas do nosso Mestre, no seu dialeto afro-baiano, um verdadeiro código de ética.
Seus conselho, guardados e obedecidos, certamente tornariam desnecessária uma regulamentação ou codificação extensa e prolixa. "Os mestre não pode ensinar com discortez nem de modo àgressivo, não . devemos procurar ficar isolados por que nada podemos fazer sem amôr ao esporte."
Manuscritos e Desenhos de Mestre Pastinha (pág.7a, linhas 15-19) O egoismo, a agressividade, a deslealdade, o orgulho, a vaidade, os interesses mercenários, levam ao isolamente - reverso da esportividade. "O bom capoeirista nunca se exalta procura sempre estar calmo para poder reflitir com percisão e acerto; não discute com seus camaradas ou alunos, não touma o jogo sem ser sua vez; para não aborrecer os companheiros e dai surgir uma rixa; ensinar aos seus alunos -sem procurar fazer exibição de modo agresivo nem apresentar-se de modo discortez..."
Manuscritos e Desenhos de Mestre Pastinha (pág.7a, linhas 19-23)
sábado, 16 de outubro de 2010
O Corpo na Capoeira – Eusébio Lobo da Silva – Mestre Pavão
Breve panorama: Estórias e Historia da Capoeira. Editado pela Editora da UNICAMP.
É uma obra em quatro volumes sendo que o volume dois trata da historia e estórias da Capoeira. Somente me interessei por esse volume tendo em vista tratar-se de obra sobre movimento de um discípulo de Mestre Bimba por certo a abordagem corporal deve seguir a visão da Capoeira Regional que a mim não interessa.
O livro começa bem ao exaltar a importância dos grupos folclóricos da Bahia quando dedica o capitulo Documento Vivo.
Quando a abordagem parte para a historia e origem traz a afirmação de uma única versão sobre os fatos, sem nada acrescentar apenas faz referendo a Valdeloir Rego, nada contra, mas também nada de novo.
Quando trata da Capoeira Angola bem ai acho que falta talvez conhecimento, pois não fazer nenhuma citação a Mestre Pastinha e tenta buscar em Angola (pais) as referencias da Capoeira Angola. Faz e cita divagações sobre a relação de Angola (pais) com a origem da Capoeira, mas não passa nem próximo da Capoeira Angola embora de titulo a um capitulo inteiro.
Daí para frente repete estórias juntadas por Valdeloir Rego para sua tese da historia e origem da Capoeira.
Pelo que a obra se propõem fazer o resultado não acrescenta e conclui com uma afirmação totalmente equivocada de que de “capão” surge o termo capoeira. Redondo equivoco “capão” é que vem de “capado” termo rural muito usado em todo Brasil.
É uma obra em quatro volumes sendo que o volume dois trata da historia e estórias da Capoeira. Somente me interessei por esse volume tendo em vista tratar-se de obra sobre movimento de um discípulo de Mestre Bimba por certo a abordagem corporal deve seguir a visão da Capoeira Regional que a mim não interessa.
O livro começa bem ao exaltar a importância dos grupos folclóricos da Bahia quando dedica o capitulo Documento Vivo.
Quando a abordagem parte para a historia e origem traz a afirmação de uma única versão sobre os fatos, sem nada acrescentar apenas faz referendo a Valdeloir Rego, nada contra, mas também nada de novo.
Quando trata da Capoeira Angola bem ai acho que falta talvez conhecimento, pois não fazer nenhuma citação a Mestre Pastinha e tenta buscar em Angola (pais) as referencias da Capoeira Angola. Faz e cita divagações sobre a relação de Angola (pais) com a origem da Capoeira, mas não passa nem próximo da Capoeira Angola embora de titulo a um capitulo inteiro.
Daí para frente repete estórias juntadas por Valdeloir Rego para sua tese da historia e origem da Capoeira.
Pelo que a obra se propõem fazer o resultado não acrescenta e conclui com uma afirmação totalmente equivocada de que de “capão” surge o termo capoeira. Redondo equivoco “capão” é que vem de “capado” termo rural muito usado em todo Brasil.
sábado, 28 de agosto de 2010
VOCABULÁRIO YORUBÁ
Com o propósito de divulgar conhecimento divulgo essa cópia do vocabulário Yorubá elaborado por Márcio Cezimbra em março de 2005.
Vocabulário Yorubá
Por Eduardo Cezimbra - março/2005
Letra A
Ààbò - metade
Ààfin - Palácio, residência de um rei (Oba)
Àáké - machado
Ààrè - doença, fadiga, cansaço
Ààyè - vida
Aba - escada de mão
Abánigbèro - conselheiro, aquele que aconselha, um sábio mais velho
Abanijé - difamador
Abaya - rainha mãe
Abélà - vela
Abomalè - aquele que cultua os ancestrais (egúngún)
Abòrisà - aquele que cultua/adora os orixás
Aboyún - mulher grávida
Abuku - desgraça
Adèbo - pessoa que prepara a comida com os animais oferecidos em sacrifício de
acordo com as regras religiosas
A dúpé - agradecemos a você
Afará - oyin - fovo de mel
Àfomó - doença infecciosa, trazida pelo Orixá das doenças infecciosas
(Babaluaiyé; Xapanã)
Àgàn - mulher estéril
Agbádá - vestes sacerdotais
Àgbàdo - milho, sagrado para o Orixá Èsù (Bará)
Àgbaiyé - o mundo inteiro
Àgbon - coco
Àìsàn - doença
Áike - machado
Aláàfin - título tradicional para o rei de Oyó
Letra B
Báàlè - chefe de um povoado, com menos status que um Oba
Bàbà - milho da Guiné
Babagba - homem velho, geralmente o avô
Báde - caçar em grupo
Bájà - lutar, brigar
Balògun - chefe da sociedade dos guerreiros
Bàlagà - entrar na maturidade
Barapetu - grande, uma pessoa de distinção
Burú - ruim, negativo, destrutivo
Letra D
Dáàdáà - bom ou bonito
Dabòbò - proteger, fornecer proteção
Dàgbá - envelhecer, ficar velho
Dàgalágbà - tornar-se um homem adulto
Dalè - quebrar uma promessa
Dára - bom, ser bom
Dáradára - muito bom, tudo certo
Délade - coroar um rei
Dele - chegar em casa
Dídá - ara - boa saúde
Dígí - espelho
Dùbúlè - deitar
Letra E
Éèdì - encanto, feitiço
Éègun - ossos, ossos humanos
Efi - fumar
Égbéé - amuleto de proteção para o Orixá (Ògún)
Egbò - chaga, ferida
Égún - espírito dos ancestrais
Eji - chuva
Ejò - cobra
Èké - pessoa mentirosa, falsa, fraudulenta
Ékú - rato
Elégbògi - curandeiro que usa ervas
Elésù - pessoa que adora o mensageiro Èsú
Elu - estranho
Enìní - inimigo
Enini - orvalho da manhã
Erinká - milho na espiga
Erú - carregamento, fardo
Erupe - sujo
Ewé - folha de planta
Ewu - perigo
Ewú - cabelo grisalho, sinal de dignidade
Ewure - cabra
Èdán àrá - pedra de raio, sagrada para o Orixá Sàngó
Edùn - machado
Efó - vegetais verdes
Èfóri - dor de cabeça
Ègbé - comunidade de pessoas com o mesmo propósito
Eiye - pássaro
Èmí - respiração, também se refere a alma humana
Enyin - você
Èrúbo - compromisso de fazer uma oferenda aos Orixás
Èwòn - corrente
Letra F
Faiya - encantar, seduzir
Fári - cortar o cabelo com lâmina
Fe - há muito tempo
Fèrè - flauta
Fé - amar
Féniyawo - casar
Fijúbà - respeitar
Fòiya - estar com medo, amedrontado
Fowólérán - agir com paciência
Funfun - branco
Fúnwiniwini - garoar
Fúnlèfólorun - dar liberdade, agir de maneira certa
Fúù - o som feito pelo vento
Letra G
Gáàri - refeição feita de farinha de mandioca
Gala - veado, alce
Géndé - homem forte
Gèlédé - sociedade dedicada a homenagear os ancestrais
Góòlù - ouro
Gòmbó - cicatriz; marca no rosto que indica linhagem
Gun - subir
Gùn - pessoa alta
Gunnugun - abutre, urubu
GB
Gbabe - esquecer
Gbada - faca com lâmina grande
Gbàdúrà - rezar
Gbagbo - acreditar
Gbaguda - farinha de mandioca
Gbajumo - cavalheiro; homem gentil
Gbé - levantar
Gbédè - agir de maneira inteligente
Gbérè - cumprimentos
Gbese - dívida
Gbéyàwó - casar
Gbóju - bravo
Gbórín - grande
Gbúròó - ouvir
Letra H
Hà - expressão de prazer
Halè - amedrontar, ameaçar, intimidar
He - pegar, apanhar
Hó - ferver
Hun - tecer, trançar
Hùwà - comportar-se
Letra I
Ìbà - homenagem em respeito aos Orixás
Ìbamolè - forças espirituais que são merecedoras de respeito
Ibà pójúpójú - febre muito alta
Ibòòji - sombra
Ibúlè - àrun - leito de doença
Ibúlè - ikú - leito de morte
Ibùsùn òkú - cemitério
Ìdáwò - consulente de adivinhação
Ifáiyable - visão mística
Ìfeseji - perdão
Iga - quintal de um ancião
Ìgbà - história
Igbado - milho
Ìgbàlè - cemitério
Ìgbín - lesma, caracol
Igbó - floresta
Igbódù Òrìsà - local sagrado para iniciar uma pessoa nos mistérios dos Orixás
Ìgboro - rua, estrada
Igi - òpe - palmeira
Ihò - buraco
Ija - luta
Ikú - morte
Ikùn - estômago
Ilà - marcas faciais
Ìlù - tambor
Ìmale - respeito ao ancestral
Ìmáwò - ara - encarnação, estado de reencarnação
Ìmólè - forças da natureza (Òrìsà)
Imo - ope - folhas de palmeira
Ìpàdé - encontro
Ipin - guardião
Ìràwò - estrelas
Ìtefá - iniciado nos fundamentos de Ifá
Ito - urina
Ìyáláwo - divindade feminina, mãe dos mistérios
Ìyálè - esposa mais velha em uma família polígama
Imonamona - raio
Iná - fogo
Ìpelé - pequena cicatriz facial que indica a linhagem familiar
Ìpitan - tradição oral
Ìrawò - estrelas
Ìrésì - arroz
Ìrèmòjé - cânticos do funeral dos caçadores
Irin - ferro, sagrado para o Orixá Ògún
Irun - cabelo
Irúnmòle - forças da natureza (Òrìsà)
Ìsàlè - órgãos reprodutores
Ise - trabalho
Ìségún - reverência aos antepassados
Isinkú - funeral
Ìtan - história, lenda, mitologia
Ìtan - àtowodowo - lenda tradicional, história sobre os orixás
Ìwà - àgba - caráter de um ancião
Ìwà - édá - natureza
Iwóòrò - ouro
Ìyá - mãe
Ìyá - àgan - mulher mais velha, (anciã), dentro da sociedade dos médiuns
ancestrais
Ìyáàgbà - avóÌyáláwo - divindade de ifá feminina, significa: " mãe dos mistérios ".
ÌYálorísà - mulher iniciada nos mistérios das forças da natureza (Òrìsà).
Ìyálè - esposa mais velha em uma família polígama.
Iyekan - ancestrais do pai
Letra J
Jade - sair
Jádeogun - preparar o combate
Jádi - atacar
Je - comer
Je ewo - má sorte que vem como o resultado de uma violação de tabu/regra
Jéjé - rogar uma praga
Jeun - comer
Jéwó - confessar
Jé - acordar
Jigi - espelho
Jije - comer
Jikelewi - borrifar
Joko - sentar
Jóná - estar em chamas
Jóò - desculpar, perdoar
Jowo - grande favor
Juba - rezas, pedido
Letra K
Kàdárà - destino
Kábiyèsí - cumprimento de respeito a um rei (oba)
Kábíyèsìlè - expressão de respeito a um chefe ou mais velho
K'àgò - pedir permissão para entrar em uma casa
Kalè - sentar
Kaná - estar em chamas
Kárò - bom dia
Kárùn - ficar doente
Kàwe - ler
Káwó - saudação, aclamação
Ké - cortar
Kedere - clarear, esclarecer
Kékeré - pequeno
Kéré - ser pequeno
Kéhìndé - o segundo gêmeo a nascer
Kíkún - mortal
Kiniun - leão
Kórira - odiar
Kókóró - chave; sagrado para o mensageiro Exu (Èsú)
Kòla - noz de cola amarga. Sagrada para a maioria dos Orixás
Korin - cantar
Ku - morrer
Kunle - ajoelhar no chão como um gesto de respeito, tanto para um local sagrado
como para uma pessoa mais velha
Kunrin - cantar
Kurumu - redondo
Letra L
Lá - sonhar
Lábelè - secretamente
Láikú - imortal
Làí - làí - o começo (considerar tempo)
Láí - láí - para sempre
Làlóju - esclarecer, iluminar
Létòl'tò - segmentos de um ritual
Léwà - ser bonito
Lódè - do lado de fora
Lodê oni - no presente
Lókun - forte
Lóni - hoje
Lówò - ser rico, ter abundância
Lókan - bravo
Lukoun - pênis
Letra M
Ma - de fato, realmente
Maga - sacerdote chefe do Orixá Xangô (Sàngó)
Màlúù - boi
Màrìwò - folhas de palmeira
Méjì - dois
Mérin - quatro
Mérìndílógún - dezesseis (16), também usado para referir a um sistema de
adivinhação usado pelos iniciados de Orixás que está baseado nos primeiros
dezesseis versos da divindade Ifá (Odù)
Meta - três
Méwà - dez
Mi - engolir, respirar
Mímo - sagrado, divino
Míràn - outro
Mo - eu
Mojú - saber, conhecer
Móoru - tempo quente
Mu - beber
Letra N
Ná - primeiro de todos
Nba - juntar-se
Nfe - amar
Nje - bem
Njo - dançar
Ni - dizer, ser, alguém, aquele, depende do contexto
Nígbàtí - quando
Nikan - sozinho
Níle - em casa
Nko - não
Nlá - grande
Nlo - indo
Nmu - bebendo
Nrin - caminhando
Nro - pensando
Nyín - você
Letra O
O - ele, ela, isto
Obì - noz de cola, usado num sistema simplificado de adivinhação
Obí - sexo feminino
Ogìnrin - mulher
Óbo - vagina
Obuko - bode
Òde - do lado de fora
Òde ayé - o mundo todo
Odideé - papagaio
Odò - rio
Òdodo - justiça
Odukun - batata doce
Òfin - lei, direito
Ogbe - crista de galo
Ogbo ato - ficar velho, vida longa
Ogboni - sociedade de homens anciões que adoram o Orixá Onile
Ògèdè - encanto, feitiçaria
Ojise - mensageiros
Òjò - chuva
Òjòlá - jibóia
Ojú - olho ou face, dependendo do contexto
Ojù àse - força nos olhos
Ojugbede - sacerdote chefe do Orixá do ferro Ògún em Ilé Ifè
Ojubona - professor
Ojú - óòri - sepultura, túmulo
Ojú ònà - caminho, estrada
Oku - cadáver, defunto
Okun - o oceano
Olé - ladrão
Olórí - chefe
Olosa - Orixá da laguna
Oluwo - chefe adivinhador de Ifá do conselho masculino dos anciãos
Omi - água
Omi ayé - as águas da terra
Omi - tútù - água fria
Omira - sangue menstrual
Ònà - estrada, caminho
Oníbàárà - cliente
Oníbode - porteiro
Onílé - guarda da casa
Oni're - nome em louvor para o Orixá do ferro Ogun, que significa "chefe da cidade
de Ire"
Onísé - trabalhador
Òòsà - o mesmo que Orixá
Òòsàoko - Orixá da fazenda
Opèlé - corrente usada pela divindade Ifá, significa: " enigma da palmeira "
Òpin ìsìn - o fim do ritual
Òpópó - rua
Òpùrò - mentiroso
Orílè - nome de uma nação
Òrisà bi - esposa de Orungan
Òtitó - verdade
Otu - sacerdote que faz oferendas em nome do Rei (Oba)
Owó - dinheiro
Oyin - mel
Oba obìnrin - Rainha mãe
Ode - caçador
Òdúndún - erva medicinal
Ofà - flecha
Ofò - feitiçaria
Oka - cobra
Okòn - coração
Olona - nome em louvor ao Orixá Ogun que significa: "proprietário da estrada"
Olòwò - sábio mais velho
Omo - criança
Omodé - criança jovem
Ònà - estrada
Òòni - O Rei da nação Yorubá
Ope - palmeira
Osán - fruta
Òsányìn - Orixá das ervas e dos medicamentos
Òsè - semana ritual de quatro dias
Òsóòsì - orixá da caça
Letra P
Pàdé - encontrar
Pákí - farinha de mandioca
Pákórò - ritual noturno nos funerais
Paré - desaparecer, ser destruído
Pari - completar
Pariwo - gritar
Pèlé - marcas na face. Caracteriza as famílias
Peleke - aumentar
Pín - dividir, repartir
Pitan - contar historias
Pòòkò - copo feito de uma casca de coco
Pupa - vermelho
Putu - bom
Letra R
Rà - comprar
Rá - engatinhar
Rári - rapar a cabeça, o primeiro degrau da iniciação
Rèrè - coisas boas, boa fortuna
Réin - rir
Riri - tremer de medo
Ròjo - chover
Run - perecer, sucumbir
Letra S
Sáà - estação, determinado espaço de tempo
Sàn - estar bem
Sánmò - céu
Sanra - estar gordo
Sè - cozinhar
Sééré - chocalho, sagrado para o Orixá Sàngó
Sinsin - descansar
So - amarrar
Sódé - fora
Sòrò - falar
Sun - dormir
Sunkun - chorar
Sánku - morte prematura
Ségègé - tirar a sorte, fundição de certas formas de adivinhação
Sèké - mentir
Sòkoto - calças
Sòtito - ter fé
Letra T
Tà - vender
Táìwo - o primeiro gêmeo a nascer
Táláká - pessoa pobre
Téfá - iniciação Ifá
Tanná - acender a luz
Tara - pequena pedra
Te - estabelecer
Tè - pressionar
Té - espalhar
Telé - seguir
Tímótímó - pequeno
Tìnùtìnù - sincero
Titi - até
Tóbi ode - caçar
Túndé - renascer
Tutu - frio
Letra W
Wà - ser
Wádi - fazer perguntas
Wejeweje - coisas boas
Were - jovem
Wo - relaxar
Wo'gun mérin - os quatro cantos do mundo, as quatro direções
Wolé - entrar
Woléwòdè - entrar e sair
Won - então
Wípé - dizer algo
Wó - o qual
Wòran - assistir
Wodi - investigar
Letra Y
Yá - inundar
Yà - virar para o lado
Yalayala - gavião, rápido, veloz
Yàn - escolher
Yanran - bom
Yara - quatro
Yára - ser rápido
Yesi - quem
Yeye - mãe
Yewere - sem valor, indigno
Yèyé - bobagem
Yi - isto
Yibi - grandeza
Yio - desejo
Yo - aparecer
Letra A
Abadá - Blusão usado pelos homens africanos.
Abadô - Milho torrado
Abebé - Leque.
Abassa - Salão onde se realizam as cerimônias públicas do camdomblé, barracão.
Adé - Coroa.
Adie - Galinha.
Adupé = Dupé - Obrigado.
Afonja - É uma qualidade de Xangô.
Agbô - Carneiro.
Aguntam - Ovelha.
Ajeum - Comida.
Alabá - Título do sacerdote supremo no culto aos eguns.
Aledá - Porco.
Alaruê - Briga.
Alubaça - Cebola.
Axó - Roupa.
Axogum - Auxiliar do terreiro, geralmente importante na hierarquia da casa,
encarregado de sacrificar os animais que fazem parte das oferendas aos orixás.
Letra B
Baba - Pai.
Babaojê - Sacerdote do culto dos eguns; Ojé é o nome de todos iniciados no culto
aos eguns.
Babassá - Irmão gêmeo.
Balê - Casa dos mortos.
Balé - Chefe de comunidade.
Beji - Orixá dos gêmeos.
Biyi - Nasceu aqui, agora.
Bô - Adorar.
Letra C
Conguém - Galinha da Angola.
Cambaú - Cama.
Cafofo - Túmulo.
Caô - É um tipo de Xangô.
Catular - Cortar o cabelo com tesoura, preparando para o ritual de raspagem para
iniciação no Candomblé.
Cutilagem - É o corte que se faz na cabeça do iniciado; é realizado para abrir o
canal energético principal que o ser humano tem no corpo, exatamente no topo da
cabeça,(no Ori), por onde vibra o axé dos Orixás para o interior de uma pessoa.
Letra D
Dã - Orixá das correntes oriundas do Daomé.
Dara - Bom, agradável.
Dide - Levantar.
Dagô - Dê licança.
Dê - Chegar.
Dudu - Preto.
Letra E
Edu - Carvão.
Eiyele - Pombo.
Elebó - Aquele que está de obrigação.
Eledá - Orixá guia.
Erú - Carrego; carga.
Equê - Mentira.
Esan - Vingança.
Emi - Vida
Enu - Boca
Eran - Carne
Ejó - Cobra.
Egun - Alma, espírito.
Epô - Azeite
Epô-pupa - Azeite de dendê
Eró - Segredo
Letra F
Fá - Raspar
Fadaka - Prata
Filá - Gorro
Funfun - Branco
Fenukó - Beijar
Ferese - janela
Fo - Lavar
Fún - Dar
Farí - Raspar cabeça.
Letra G
Ga - Alta, grande
Ge - Cortar
Gari - Farinha
Gururu - Pipoca
Letra I
Ia - Mãe
Ia ia - Avó
Ialorixá - Mãe de santo (sacerdote de orixá)
Iban - Queixo
Idí - Ânus, nádega
Ibô - Mato
Ibó - Lugar de adoração
Ilê - Casa
Ibá - Colar, cheio de objetos ritualístico
Inã - Fogo
Ijexá - Nome de uma região da Nigéria e de um toque para os Orixás Oxum,
Ogum e Oxala.
Ipadê - Reunião
Ida - Espada
Ida-oba - Espada do Rei
Ideruba - Fantasma
Idodo - Umbigo
Ifun - Intestino
Idunnu - Felicidade
Igi - Árvore
Ijo - Dança
Iku - Morte
Iyabasé - Cozinheira
Iyalaxé - Mãe do axé do terreiro
Letra J
Jajá - Esteira
Jalè - Roubar
Ji - Acordar, roubar
Jeun - Comer
Jimi - Acorda-me
Joko - Sentar
Jade - Sair
Jagunjagun - Guerreiro, Soldado
Letra K
Kà - Ler, contar
Kan - Azedo
Kekerê - Pequeno
Koró - Fel, amargo
Kòtò - Buraco
Kuru - Longe
Ko Dara - Ruim
Ku - Morrer
Kosi - Nada
Letra L
Là - Abrir
Lê - Forte
Lile - Feroz, violento
Liló - Partir
Larin - Moderado
Ló - Ir
Lailai - Para sempre
Lowo - Rico
Lu - Furar
Lodê - Lado de fora, lá fora
Lodo - No rio
Lona - No caminho
Letra M
Malu - Boi
Meje - Sete
Mun - Beber
Muló - Levar embora
Mojubá - Apresentando meu humilde respeito
Mo - Eu
Mí - Viver
Mejeji - Duas vezes
Mandinga - Feitiço
Maleme - Pedido de perdão
Mi-amiami - Farofa oferecida para exu
Modê - Cheguei
Letra N
Ná - Gastar
Ní - Ter
Níbi - No lugar
Nítorí - Por que
Nu - Sumir
Najé - Prato feito com argila
Nipa - Sobre
Nipon - Grosso.
Letra O
Obé - Faca
Obé fari - Navalha
Oberó - Alguidar
Obirim - Mulher, feminino
Ojiji - Sombra
Oju ona - Olho da rua, ( caminho )
Okó - Pênis
Omi - Água
Omi Dudu - Café preto
Otí - Álcool
Owo - Dinheiro
Oyin - Mel
Obá - Rei
Odé - Caçador
Orun - Céu
Ofá - Arco e flecha
Olorum - Deus
Ota e Okuta - Pedra
Odo - Rio
Obo - Vagina
Otin nibé - Cerveja
Otin Dudu - Vinho tinto
Otin fum-fum - Aguardente
Odê - Fora, rua
Olodê - Senhor da rua
Omo - filho, criança.
Ongé - Comida
Letra P
Pá - Matar
Pada - Voltar
Padê - Encontrar
Paeja - Pescar
Peji - Altar
Pelebi - Pato
Pupa - Vermelho
Paki - Sala
Patapá - Burro
Pepelê - Banco
Letra R
Rà - Comprar
Rere - Muito bem
Re - Ir
Rìn - Trabalhar
Rí - Ver
Ronu - Pensar
Roboto - Redondo
Letra S
Sanro - Gordo
Sare - Rápido, correr
Sínun - Dentro
Sise - Trabalho
Sun - Dormir
Sarapebé - Mensageiro
Sòrò - Falar
Letra T
Tata - Gafanhoto
Tèmi - Meu, minha
Toto - Atenção
Titun - Novo
Tóbi - Grande, maior
Tàbá - Tabaco, fumo
Tete - Aplicado
Tanã - Vela, lâmpada
Tún - Retorno
Taya - Esposa
Tutu - Frio, gelado
Letra W
Wa - Nosso
Wèrè - Louco
Wúrà - Ouro
Wu - Desenterrar
Wun ni - Gostar
Wakati - Hora
Wara - Leite
Letra Y
Yàgó - Licença
Yan - Torrar
Yaro - Ficar aleijado
Yiyan - Assado
Yonrin - Areia
Yama - Oeste
Yara-ypejo - Sala
Letra X
Xaorô - Tornozeleira de palha da costa usada durante o recolhimento para o
processo de iniciação.
Xarará - Instrumento simbólico do Orixá Obaluaiyê
Xê - Fazer
Xirê - Festa, brincadeira
AXÉ – 1 FORÇA VITAL DO SER, FATOR FUNDAMENTAL DA CONSCIÊNCIA
NEGRA. 2 SAUDAÇÃO, CUMPRIMENTO QUE TRADUZ O DESEJO DE QUE A
PESSOA GANHE ENERGIA VITAL. 3 FORÇA QUE DESENVOVLVE OS SENTIDOS,
AGUÇANDO OLHOS E OUVIDOS PARA VER E OUVIR ALÉM DO NORMAL. 4
TRAÇO DE AFRICANIDADE DO NEGRO ONDE QUER QUE SE ENCONTRE.
TRAÇO DE AFRICANIDADE DO NEGRO ONDE QUER QUE SE ENCONTRE.
Vocabulário Yorubá
Por Eduardo Cezimbra - março/2005
Letra A
Ààbò - metade
Ààfin - Palácio, residência de um rei (Oba)
Àáké - machado
Ààrè - doença, fadiga, cansaço
Ààyè - vida
Aba - escada de mão
Abánigbèro - conselheiro, aquele que aconselha, um sábio mais velho
Abanijé - difamador
Abaya - rainha mãe
Abélà - vela
Abomalè - aquele que cultua os ancestrais (egúngún)
Abòrisà - aquele que cultua/adora os orixás
Aboyún - mulher grávida
Abuku - desgraça
Adèbo - pessoa que prepara a comida com os animais oferecidos em sacrifício de
acordo com as regras religiosas
A dúpé - agradecemos a você
Afará - oyin - fovo de mel
Àfomó - doença infecciosa, trazida pelo Orixá das doenças infecciosas
(Babaluaiyé; Xapanã)
Àgàn - mulher estéril
Agbádá - vestes sacerdotais
Àgbàdo - milho, sagrado para o Orixá Èsù (Bará)
Àgbaiyé - o mundo inteiro
Àgbon - coco
Àìsàn - doença
Áike - machado
Aláàfin - título tradicional para o rei de Oyó
Letra B
Báàlè - chefe de um povoado, com menos status que um Oba
Bàbà - milho da Guiné
Babagba - homem velho, geralmente o avô
Báde - caçar em grupo
Bájà - lutar, brigar
Balògun - chefe da sociedade dos guerreiros
Bàlagà - entrar na maturidade
Barapetu - grande, uma pessoa de distinção
Burú - ruim, negativo, destrutivo
Letra D
Dáàdáà - bom ou bonito
Dabòbò - proteger, fornecer proteção
Dàgbá - envelhecer, ficar velho
Dàgalágbà - tornar-se um homem adulto
Dalè - quebrar uma promessa
Dára - bom, ser bom
Dáradára - muito bom, tudo certo
Délade - coroar um rei
Dele - chegar em casa
Dídá - ara - boa saúde
Dígí - espelho
Dùbúlè - deitar
Letra E
Éèdì - encanto, feitiço
Éègun - ossos, ossos humanos
Efi - fumar
Égbéé - amuleto de proteção para o Orixá (Ògún)
Egbò - chaga, ferida
Égún - espírito dos ancestrais
Eji - chuva
Ejò - cobra
Èké - pessoa mentirosa, falsa, fraudulenta
Ékú - rato
Elégbògi - curandeiro que usa ervas
Elésù - pessoa que adora o mensageiro Èsú
Elu - estranho
Enìní - inimigo
Enini - orvalho da manhã
Erinká - milho na espiga
Erú - carregamento, fardo
Erupe - sujo
Ewé - folha de planta
Ewu - perigo
Ewú - cabelo grisalho, sinal de dignidade
Ewure - cabra
Èdán àrá - pedra de raio, sagrada para o Orixá Sàngó
Edùn - machado
Efó - vegetais verdes
Èfóri - dor de cabeça
Ègbé - comunidade de pessoas com o mesmo propósito
Eiye - pássaro
Èmí - respiração, também se refere a alma humana
Enyin - você
Èrúbo - compromisso de fazer uma oferenda aos Orixás
Èwòn - corrente
Letra F
Faiya - encantar, seduzir
Fári - cortar o cabelo com lâmina
Fe - há muito tempo
Fèrè - flauta
Fé - amar
Féniyawo - casar
Fijúbà - respeitar
Fòiya - estar com medo, amedrontado
Fowólérán - agir com paciência
Funfun - branco
Fúnwiniwini - garoar
Fúnlèfólorun - dar liberdade, agir de maneira certa
Fúù - o som feito pelo vento
Letra G
Gáàri - refeição feita de farinha de mandioca
Gala - veado, alce
Géndé - homem forte
Gèlédé - sociedade dedicada a homenagear os ancestrais
Góòlù - ouro
Gòmbó - cicatriz; marca no rosto que indica linhagem
Gun - subir
Gùn - pessoa alta
Gunnugun - abutre, urubu
GB
Gbabe - esquecer
Gbada - faca com lâmina grande
Gbàdúrà - rezar
Gbagbo - acreditar
Gbaguda - farinha de mandioca
Gbajumo - cavalheiro; homem gentil
Gbé - levantar
Gbédè - agir de maneira inteligente
Gbérè - cumprimentos
Gbese - dívida
Gbéyàwó - casar
Gbóju - bravo
Gbórín - grande
Gbúròó - ouvir
Letra H
Hà - expressão de prazer
Halè - amedrontar, ameaçar, intimidar
He - pegar, apanhar
Hó - ferver
Hun - tecer, trançar
Hùwà - comportar-se
Letra I
Ìbà - homenagem em respeito aos Orixás
Ìbamolè - forças espirituais que são merecedoras de respeito
Ibà pójúpójú - febre muito alta
Ibòòji - sombra
Ibúlè - àrun - leito de doença
Ibúlè - ikú - leito de morte
Ibùsùn òkú - cemitério
Ìdáwò - consulente de adivinhação
Ifáiyable - visão mística
Ìfeseji - perdão
Iga - quintal de um ancião
Ìgbà - história
Igbado - milho
Ìgbàlè - cemitério
Ìgbín - lesma, caracol
Igbó - floresta
Igbódù Òrìsà - local sagrado para iniciar uma pessoa nos mistérios dos Orixás
Ìgboro - rua, estrada
Igi - òpe - palmeira
Ihò - buraco
Ija - luta
Ikú - morte
Ikùn - estômago
Ilà - marcas faciais
Ìlù - tambor
Ìmale - respeito ao ancestral
Ìmáwò - ara - encarnação, estado de reencarnação
Ìmólè - forças da natureza (Òrìsà)
Imo - ope - folhas de palmeira
Ìpàdé - encontro
Ipin - guardião
Ìràwò - estrelas
Ìtefá - iniciado nos fundamentos de Ifá
Ito - urina
Ìyáláwo - divindade feminina, mãe dos mistérios
Ìyálè - esposa mais velha em uma família polígama
Imonamona - raio
Iná - fogo
Ìpelé - pequena cicatriz facial que indica a linhagem familiar
Ìpitan - tradição oral
Ìrawò - estrelas
Ìrésì - arroz
Ìrèmòjé - cânticos do funeral dos caçadores
Irin - ferro, sagrado para o Orixá Ògún
Irun - cabelo
Irúnmòle - forças da natureza (Òrìsà)
Ìsàlè - órgãos reprodutores
Ise - trabalho
Ìségún - reverência aos antepassados
Isinkú - funeral
Ìtan - história, lenda, mitologia
Ìtan - àtowodowo - lenda tradicional, história sobre os orixás
Ìwà - àgba - caráter de um ancião
Ìwà - édá - natureza
Iwóòrò - ouro
Ìyá - mãe
Ìyá - àgan - mulher mais velha, (anciã), dentro da sociedade dos médiuns
ancestrais
Ìyáàgbà - avóÌyáláwo - divindade de ifá feminina, significa: " mãe dos mistérios ".
ÌYálorísà - mulher iniciada nos mistérios das forças da natureza (Òrìsà).
Ìyálè - esposa mais velha em uma família polígama.
Iyekan - ancestrais do pai
Letra J
Jade - sair
Jádeogun - preparar o combate
Jádi - atacar
Je - comer
Je ewo - má sorte que vem como o resultado de uma violação de tabu/regra
Jéjé - rogar uma praga
Jeun - comer
Jéwó - confessar
Jé - acordar
Jigi - espelho
Jije - comer
Jikelewi - borrifar
Joko - sentar
Jóná - estar em chamas
Jóò - desculpar, perdoar
Jowo - grande favor
Juba - rezas, pedido
Letra K
Kàdárà - destino
Kábiyèsí - cumprimento de respeito a um rei (oba)
Kábíyèsìlè - expressão de respeito a um chefe ou mais velho
K'àgò - pedir permissão para entrar em uma casa
Kalè - sentar
Kaná - estar em chamas
Kárò - bom dia
Kárùn - ficar doente
Kàwe - ler
Káwó - saudação, aclamação
Ké - cortar
Kedere - clarear, esclarecer
Kékeré - pequeno
Kéré - ser pequeno
Kéhìndé - o segundo gêmeo a nascer
Kíkún - mortal
Kiniun - leão
Kórira - odiar
Kókóró - chave; sagrado para o mensageiro Exu (Èsú)
Kòla - noz de cola amarga. Sagrada para a maioria dos Orixás
Korin - cantar
Ku - morrer
Kunle - ajoelhar no chão como um gesto de respeito, tanto para um local sagrado
como para uma pessoa mais velha
Kunrin - cantar
Kurumu - redondo
Letra L
Lá - sonhar
Lábelè - secretamente
Láikú - imortal
Làí - làí - o começo (considerar tempo)
Láí - láí - para sempre
Làlóju - esclarecer, iluminar
Létòl'tò - segmentos de um ritual
Léwà - ser bonito
Lódè - do lado de fora
Lodê oni - no presente
Lókun - forte
Lóni - hoje
Lówò - ser rico, ter abundância
Lókan - bravo
Lukoun - pênis
Letra M
Ma - de fato, realmente
Maga - sacerdote chefe do Orixá Xangô (Sàngó)
Màlúù - boi
Màrìwò - folhas de palmeira
Méjì - dois
Mérin - quatro
Mérìndílógún - dezesseis (16), também usado para referir a um sistema de
adivinhação usado pelos iniciados de Orixás que está baseado nos primeiros
dezesseis versos da divindade Ifá (Odù)
Meta - três
Méwà - dez
Mi - engolir, respirar
Mímo - sagrado, divino
Míràn - outro
Mo - eu
Mojú - saber, conhecer
Móoru - tempo quente
Mu - beber
Letra N
Ná - primeiro de todos
Nba - juntar-se
Nfe - amar
Nje - bem
Njo - dançar
Ni - dizer, ser, alguém, aquele, depende do contexto
Nígbàtí - quando
Nikan - sozinho
Níle - em casa
Nko - não
Nlá - grande
Nlo - indo
Nmu - bebendo
Nrin - caminhando
Nro - pensando
Nyín - você
Letra O
O - ele, ela, isto
Obì - noz de cola, usado num sistema simplificado de adivinhação
Obí - sexo feminino
Ogìnrin - mulher
Óbo - vagina
Obuko - bode
Òde - do lado de fora
Òde ayé - o mundo todo
Odideé - papagaio
Odò - rio
Òdodo - justiça
Odukun - batata doce
Òfin - lei, direito
Ogbe - crista de galo
Ogbo ato - ficar velho, vida longa
Ogboni - sociedade de homens anciões que adoram o Orixá Onile
Ògèdè - encanto, feitiçaria
Ojise - mensageiros
Òjò - chuva
Òjòlá - jibóia
Ojú - olho ou face, dependendo do contexto
Ojù àse - força nos olhos
Ojugbede - sacerdote chefe do Orixá do ferro Ògún em Ilé Ifè
Ojubona - professor
Ojú - óòri - sepultura, túmulo
Ojú ònà - caminho, estrada
Oku - cadáver, defunto
Okun - o oceano
Olé - ladrão
Olórí - chefe
Olosa - Orixá da laguna
Oluwo - chefe adivinhador de Ifá do conselho masculino dos anciãos
Omi - água
Omi ayé - as águas da terra
Omi - tútù - água fria
Omira - sangue menstrual
Ònà - estrada, caminho
Oníbàárà - cliente
Oníbode - porteiro
Onílé - guarda da casa
Oni're - nome em louvor para o Orixá do ferro Ogun, que significa "chefe da cidade
de Ire"
Onísé - trabalhador
Òòsà - o mesmo que Orixá
Òòsàoko - Orixá da fazenda
Opèlé - corrente usada pela divindade Ifá, significa: " enigma da palmeira "
Òpin ìsìn - o fim do ritual
Òpópó - rua
Òpùrò - mentiroso
Orílè - nome de uma nação
Òrisà bi - esposa de Orungan
Òtitó - verdade
Otu - sacerdote que faz oferendas em nome do Rei (Oba)
Owó - dinheiro
Oyin - mel
Oba obìnrin - Rainha mãe
Ode - caçador
Òdúndún - erva medicinal
Ofà - flecha
Ofò - feitiçaria
Oka - cobra
Okòn - coração
Olona - nome em louvor ao Orixá Ogun que significa: "proprietário da estrada"
Olòwò - sábio mais velho
Omo - criança
Omodé - criança jovem
Ònà - estrada
Òòni - O Rei da nação Yorubá
Ope - palmeira
Osán - fruta
Òsányìn - Orixá das ervas e dos medicamentos
Òsè - semana ritual de quatro dias
Òsóòsì - orixá da caça
Letra P
Pàdé - encontrar
Pákí - farinha de mandioca
Pákórò - ritual noturno nos funerais
Paré - desaparecer, ser destruído
Pari - completar
Pariwo - gritar
Pèlé - marcas na face. Caracteriza as famílias
Peleke - aumentar
Pín - dividir, repartir
Pitan - contar historias
Pòòkò - copo feito de uma casca de coco
Pupa - vermelho
Putu - bom
Letra R
Rà - comprar
Rá - engatinhar
Rári - rapar a cabeça, o primeiro degrau da iniciação
Rèrè - coisas boas, boa fortuna
Réin - rir
Riri - tremer de medo
Ròjo - chover
Run - perecer, sucumbir
Letra S
Sáà - estação, determinado espaço de tempo
Sàn - estar bem
Sánmò - céu
Sanra - estar gordo
Sè - cozinhar
Sééré - chocalho, sagrado para o Orixá Sàngó
Sinsin - descansar
So - amarrar
Sódé - fora
Sòrò - falar
Sun - dormir
Sunkun - chorar
Sánku - morte prematura
Ségègé - tirar a sorte, fundição de certas formas de adivinhação
Sèké - mentir
Sòkoto - calças
Sòtito - ter fé
Letra T
Tà - vender
Táìwo - o primeiro gêmeo a nascer
Táláká - pessoa pobre
Téfá - iniciação Ifá
Tanná - acender a luz
Tara - pequena pedra
Te - estabelecer
Tè - pressionar
Té - espalhar
Telé - seguir
Tímótímó - pequeno
Tìnùtìnù - sincero
Titi - até
Tóbi ode - caçar
Túndé - renascer
Tutu - frio
Letra W
Wà - ser
Wádi - fazer perguntas
Wejeweje - coisas boas
Were - jovem
Wo - relaxar
Wo'gun mérin - os quatro cantos do mundo, as quatro direções
Wolé - entrar
Woléwòdè - entrar e sair
Won - então
Wípé - dizer algo
Wó - o qual
Wòran - assistir
Wodi - investigar
Letra Y
Yá - inundar
Yà - virar para o lado
Yalayala - gavião, rápido, veloz
Yàn - escolher
Yanran - bom
Yara - quatro
Yára - ser rápido
Yesi - quem
Yeye - mãe
Yewere - sem valor, indigno
Yèyé - bobagem
Yi - isto
Yibi - grandeza
Yio - desejo
Yo - aparecer
Letra A
Abadá - Blusão usado pelos homens africanos.
Abadô - Milho torrado
Abebé - Leque.
Abassa - Salão onde se realizam as cerimônias públicas do camdomblé, barracão.
Adé - Coroa.
Adie - Galinha.
Adupé = Dupé - Obrigado.
Afonja - É uma qualidade de Xangô.
Agbô - Carneiro.
Aguntam - Ovelha.
Ajeum - Comida.
Alabá - Título do sacerdote supremo no culto aos eguns.
Aledá - Porco.
Alaruê - Briga.
Alubaça - Cebola.
Axó - Roupa.
Axogum - Auxiliar do terreiro, geralmente importante na hierarquia da casa,
encarregado de sacrificar os animais que fazem parte das oferendas aos orixás.
Letra B
Baba - Pai.
Babaojê - Sacerdote do culto dos eguns; Ojé é o nome de todos iniciados no culto
aos eguns.
Babassá - Irmão gêmeo.
Balê - Casa dos mortos.
Balé - Chefe de comunidade.
Beji - Orixá dos gêmeos.
Biyi - Nasceu aqui, agora.
Bô - Adorar.
Letra C
Conguém - Galinha da Angola.
Cambaú - Cama.
Cafofo - Túmulo.
Caô - É um tipo de Xangô.
Catular - Cortar o cabelo com tesoura, preparando para o ritual de raspagem para
iniciação no Candomblé.
Cutilagem - É o corte que se faz na cabeça do iniciado; é realizado para abrir o
canal energético principal que o ser humano tem no corpo, exatamente no topo da
cabeça,(no Ori), por onde vibra o axé dos Orixás para o interior de uma pessoa.
Letra D
Dã - Orixá das correntes oriundas do Daomé.
Dara - Bom, agradável.
Dide - Levantar.
Dagô - Dê licança.
Dê - Chegar.
Dudu - Preto.
Letra E
Edu - Carvão.
Eiyele - Pombo.
Elebó - Aquele que está de obrigação.
Eledá - Orixá guia.
Erú - Carrego; carga.
Equê - Mentira.
Esan - Vingança.
Emi - Vida
Enu - Boca
Eran - Carne
Ejó - Cobra.
Egun - Alma, espírito.
Epô - Azeite
Epô-pupa - Azeite de dendê
Eró - Segredo
Letra F
Fá - Raspar
Fadaka - Prata
Filá - Gorro
Funfun - Branco
Fenukó - Beijar
Ferese - janela
Fo - Lavar
Fún - Dar
Farí - Raspar cabeça.
Letra G
Ga - Alta, grande
Ge - Cortar
Gari - Farinha
Gururu - Pipoca
Letra I
Ia - Mãe
Ia ia - Avó
Ialorixá - Mãe de santo (sacerdote de orixá)
Iban - Queixo
Idí - Ânus, nádega
Ibô - Mato
Ibó - Lugar de adoração
Ilê - Casa
Ibá - Colar, cheio de objetos ritualístico
Inã - Fogo
Ijexá - Nome de uma região da Nigéria e de um toque para os Orixás Oxum,
Ogum e Oxala.
Ipadê - Reunião
Ida - Espada
Ida-oba - Espada do Rei
Ideruba - Fantasma
Idodo - Umbigo
Ifun - Intestino
Idunnu - Felicidade
Igi - Árvore
Ijo - Dança
Iku - Morte
Iyabasé - Cozinheira
Iyalaxé - Mãe do axé do terreiro
Letra J
Jajá - Esteira
Jalè - Roubar
Ji - Acordar, roubar
Jeun - Comer
Jimi - Acorda-me
Joko - Sentar
Jade - Sair
Jagunjagun - Guerreiro, Soldado
Letra K
Kà - Ler, contar
Kan - Azedo
Kekerê - Pequeno
Koró - Fel, amargo
Kòtò - Buraco
Kuru - Longe
Ko Dara - Ruim
Ku - Morrer
Kosi - Nada
Letra L
Là - Abrir
Lê - Forte
Lile - Feroz, violento
Liló - Partir
Larin - Moderado
Ló - Ir
Lailai - Para sempre
Lowo - Rico
Lu - Furar
Lodê - Lado de fora, lá fora
Lodo - No rio
Lona - No caminho
Letra M
Malu - Boi
Meje - Sete
Mun - Beber
Muló - Levar embora
Mojubá - Apresentando meu humilde respeito
Mo - Eu
Mí - Viver
Mejeji - Duas vezes
Mandinga - Feitiço
Maleme - Pedido de perdão
Mi-amiami - Farofa oferecida para exu
Modê - Cheguei
Letra N
Ná - Gastar
Ní - Ter
Níbi - No lugar
Nítorí - Por que
Nu - Sumir
Najé - Prato feito com argila
Nipa - Sobre
Nipon - Grosso.
Letra O
Obé - Faca
Obé fari - Navalha
Oberó - Alguidar
Obirim - Mulher, feminino
Ojiji - Sombra
Oju ona - Olho da rua, ( caminho )
Okó - Pênis
Omi - Água
Omi Dudu - Café preto
Otí - Álcool
Owo - Dinheiro
Oyin - Mel
Obá - Rei
Odé - Caçador
Orun - Céu
Ofá - Arco e flecha
Olorum - Deus
Ota e Okuta - Pedra
Odo - Rio
Obo - Vagina
Otin nibé - Cerveja
Otin Dudu - Vinho tinto
Otin fum-fum - Aguardente
Odê - Fora, rua
Olodê - Senhor da rua
Omo - filho, criança.
Ongé - Comida
Letra P
Pá - Matar
Pada - Voltar
Padê - Encontrar
Paeja - Pescar
Peji - Altar
Pelebi - Pato
Pupa - Vermelho
Paki - Sala
Patapá - Burro
Pepelê - Banco
Letra R
Rà - Comprar
Rere - Muito bem
Re - Ir
Rìn - Trabalhar
Rí - Ver
Ronu - Pensar
Roboto - Redondo
Letra S
Sanro - Gordo
Sare - Rápido, correr
Sínun - Dentro
Sise - Trabalho
Sun - Dormir
Sarapebé - Mensageiro
Sòrò - Falar
Letra T
Tata - Gafanhoto
Tèmi - Meu, minha
Toto - Atenção
Titun - Novo
Tóbi - Grande, maior
Tàbá - Tabaco, fumo
Tete - Aplicado
Tanã - Vela, lâmpada
Tún - Retorno
Taya - Esposa
Tutu - Frio, gelado
Letra W
Wa - Nosso
Wèrè - Louco
Wúrà - Ouro
Wu - Desenterrar
Wun ni - Gostar
Wakati - Hora
Wara - Leite
Letra Y
Yàgó - Licença
Yan - Torrar
Yaro - Ficar aleijado
Yiyan - Assado
Yonrin - Areia
Yama - Oeste
Yara-ypejo - Sala
Letra X
Xaorô - Tornozeleira de palha da costa usada durante o recolhimento para o
processo de iniciação.
Xarará - Instrumento simbólico do Orixá Obaluaiyê
Xê - Fazer
Xirê - Festa, brincadeira
AXÉ – 1 FORÇA VITAL DO SER, FATOR FUNDAMENTAL DA CONSCIÊNCIA
NEGRA. 2 SAUDAÇÃO, CUMPRIMENTO QUE TRADUZ O DESEJO DE QUE A
PESSOA GANHE ENERGIA VITAL. 3 FORÇA QUE DESENVOVLVE OS SENTIDOS,
AGUÇANDO OLHOS E OUVIDOS PARA VER E OUVIR ALÉM DO NORMAL. 4
TRAÇO DE AFRICANIDADE DO NEGRO ONDE QUER QUE SE ENCONTRE.
TRAÇO DE AFRICANIDADE DO NEGRO ONDE QUER QUE SE ENCONTRE.
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Ngolo a Dança da Zebra - Meu ponto de vista
Muito interessante esse estudo e difícil de ser contestado, me parece que esta esclarecido o mais importante sobre a origem da Capoeira, e seus aspectos históricos.
Quanto a origem da Capoeira Angola, ainda continuo entendendo que o formato que hoje conhecemos foi amalgamado por Mestre Pastinha e chegou até nos pôr seus escritos e testemunhos de seus discípulos e de acordo com a cosmovisão da Capoeira Angola e a sua visão poética, o N’golo e é a origem ancestral da Capoeira Angola o que a liga com a África e com a historia dos afrodescendentes, então no sentido mítico para a Capoeira Angola de Mestre Pastinha, de acordo com a Metafísica da Capoeira Angola essa é importância essencial do N’golo.
Para a Capoeira Angola o aspecto histórico pouco interessa pois o aspecto poético e mítico religioso continuara prevalecendo.
Quem tiver outras informações e pontos de vista sobre essa matéria será bem vindo.
Quanto a origem da Capoeira Angola, ainda continuo entendendo que o formato que hoje conhecemos foi amalgamado por Mestre Pastinha e chegou até nos pôr seus escritos e testemunhos de seus discípulos e de acordo com a cosmovisão da Capoeira Angola e a sua visão poética, o N’golo e é a origem ancestral da Capoeira Angola o que a liga com a África e com a historia dos afrodescendentes, então no sentido mítico para a Capoeira Angola de Mestre Pastinha, de acordo com a Metafísica da Capoeira Angola essa é importância essencial do N’golo.
Para a Capoeira Angola o aspecto histórico pouco interessa pois o aspecto poético e mítico religioso continuara prevalecendo.
Quem tiver outras informações e pontos de vista sobre essa matéria será bem vindo.
sexta-feira, 23 de julho de 2010
N'golo ou Dança da Zebra
A Dança da zebra ou N'Golo de origem do povo "Mucope" do sul da Angola, que ocorria durante a "Efundula" (festa da puberdade), onde os adolescentes formam uma roda; com uma dupla ao cetro desferindo coices e cabeçadas um no outro, até que um era derrubado no solo, essa luta é oriunda das observações dos negros, dos machos das zebras nas disputas das fêmeas, no período do cio, onde os machos lutam com mordidas, cabeçadas e coices. Com a "revolta dos Malês", na Bahia, formada pelos Negros Malês em 25 de fevereiro de 1835 que foi reprimida pelos Portugueses, que castigaram mutilando os lideres, e enviou um navio para África e outro dos rebeldes para a América Central. Em Cuba e Martinica os males fundiram com a dos navios e negros dos canaviais dando origem ao "Mani", em cuba e "Ladva", em Martinica. O N'Golo levado pelos angolanos para palmares fundiu-se com a Maraná surgindo a Capoeira. Fomos missionários na Angola junto ao povo Mucope onde tivemos o privilégio de assistir uma dessas manifestações culturais, a "dança do N'Golo", e não tem nenhuma aparência com a Capoeira chamada Angola.
Cartas do Jesuíta Antonio Gonçalves para os superiores de Lisboa, em 1735, descreve um luta que os índios praticavam antes de qualquer conflito, em forma de roda dois a dois usando os braços, pernas, cotoveladas, joelhadas, e usando todo corpo como armas (convento de Santo Inácio de Loyola, anais das missões no Brasil. Tomo III pág. 128)
O escrito Holandês Gaspar Barleus descreve no livro "Rerum Per Octenium in Brasília-1647, a luta dos índios tupis praticada no litoral brasileiro" chamado de maraná, luta de guerra, só existem dois exemplares, um no EUA e outro no Brasil.
O cronista alemão Johann Nieuhoff descreve em seu livro "Crônicas do Brasil Holandês" 1670, a luta do maraná assim com descreve em baixo:
Maraná a Dança da Guerra
As cartas do escrivão Francis Patris, que acompanhava o cortejo do príncipe Mauricio de Nassau durante a invasão Holandesa, descreve entre muitos obstáculos para a ocupação do território brasileiro a resistência dos Habitantes do Brasil.
Negros comandados por Henrique Dias, portugueses por Vidal de Negreiros, Índios Potiguares comandados por Felipe Camarão, o "Ìndio Poti". Esses índios usavam durante o confronto, alem de flechas borduna, lanças e tacapes, os pés e as mãos desferindo golpes mortais, destacando-se por sua valentia e ferocidade.
Pertencia a cultura potiguara a dança e guerra Maraná, que avaliava o nível de valentia. Em círculos, os guerreiros com perneiras de conchas compunham um compasso ao bater com os pés e as mãos, invocando seus antepassados, acompanhado de atabaques de troncos com pele de Anta, chocalhos e marimbas, em quanto que dois guerreiros se confrontavam ao centro com golpes de pernas, cotoveladas e movimentos que imitavam os animais.
Quilombo dos Palmares
A maior resistência socioeconômica e política da história do Brasil, quase cem anos lutando pelo direito á vida e á liberdade, na Serra da Barriga, em Pernambuco hoje Estado da Alagoas. Em 1650, um grupo de escravos se
rebelou no engenho de Pianco, Capitania de Pernambuco, liderada pelo Príncipe Negro Angolano "Zumba" que os conduziu para o Alto da Serra da Barriga, onde ficava a aldeia de nação Potiguar "Palmares", liderada pelo cacique Canindé e a Xamã Akutirene. A velha feiticeira previu que o certo dia surgiria de grande rio um grande Rei que imortalizaria Palmares. Com sua grande liderança foi eleito Rei "Ganga" de Palmares. Dentro de poucos anos a população negra passou 70%, a dos principais quilombos, que ao todo foram oito (Amaro, Akutirene, Macaco, Aqualtene, Danbraga, Subupira,
Adalaquituxe), 25% de Índios e 5% de Portugueses Brancos foragidos (Mestiços, portugueses, Franceses e Espanhóis). Toda essa miscigenação racial criou uma nova cultura étnica, religiosa, dialeto, capoeira, culinária, relações, culturais onde a terra era patrimônio de todos e as decisões de ganga eram decididas pelo concílio dos anciões Zama, que representava os patriarcas de cada família. Palmares foi a maior republica socialista de América, formava um arco-íres racial do povo Brasileiro (Negros, Mamelucos, Índios, Cafuzos, Sararás, Mulatos e Brancos e etc.) nessa sociedade surgiu à capoeira com a fusão das culturas negras, indígenas e brancas. O negro contribuiu com o N'Golo, a ginga, mandinga, com seus instrumentais, pandeiro quadrado, atabaque Islâmico, agogô e mais tarde o berimbau (urocongo). Os Índios com as marimbas, xererê, atabaque de tronco oco e pele de anta, com movimentos que imitavam os animais.
Ouviu-se falar de capoeira pela primeira vez durante as invasões holandesas, em 1624, quando os índios, e Negros escravos, (as duas primeiras vitimas da colonização). Aproveitando-se da confusão gerada, fugiram para as matas, aumentando o contingente dos Quilombos dos palmares onde o primeiro rei "ganga" Chamava-se Zumba; Salientamos que o primeiro Quilombo registrado foi em
Pernambuco(Cumbi) no ano de 1558.
Em 1678 foi Regis trado a chegada de Ganga Zumba, Rei dos Palmares, ao recife. Onde foi recebido pelo então Governador Souza de Castro; Por várias vazes Ganga-Zumba com seus Guerreiros Maus vestidos chegaram a Recife, convidado pelo Governo de Pernambuco a respeito de muitos Escravos fugirem para Os Quilombos, deixando grandes prejuízos para os Fazendeiros, que precisavam da monocultura Escrava; do acordo firmado entre Zumba e o Governo Constituinte, nada foi cumprido por parte do poder Constituído. Também durante uma dessas visitas Ganga-Zumba foi envenenado Pelos seus Próprios Colaboradores manipulados pelo Governo Pernambucano. Zumbi: Assumindo o comando o Guerreiro Zumbi que quando criança havia sido raptado por Bandeirantes ou Caçadores de Escravos e criado por um Padre em Recife, que aos 15 anos já era coroinha, e aos 25 anos fugiu para os Quilombos dos Palmares ficando no lugar de Ganga-Zumba mais foi morto no dia 20 de Novembro de 1695 pelo perverso Domingos Jorge Velho, a sua cabeça foi colocada em sal e enfiada em um poste na frente da Igreja do Carmo para mostrar a seus seguidores que seu defensor havia sido vencido, hoje existe o monumento do mesmo, e a data de sua morte é comemorada o dia da Consciência Negra, Segundo a Lenda Zumbi era um nato lutador de capoeira. O Reinado de Zumbi Durou 14 anos.
A Capoeira é Considerada a Arte Marcial Brasileira pelo motivo de ser utilizada de muita forma como as Maltas, Guerra do Paraguai, Revoltas dos Mercenários, nas caramussas entre monarquia e republicanos, Guerra das Tabocas, Mascates, Guardas costas de José do Patrocínio e Dom Pedro 1, Canudos, Farrapos, Primeira e segunda Guerra Mundial, ETC...

A fusão
Com base no nome capoeira ser de origem tupi-guarani, (mato ralo que foi cortado) e que toda cultura África tem os seus nomes em idiomas africanos, como também as danças indígenas brasileiras são de forma de passadas idêntica a ginga da capoeira com "pé para frente e pé para traz". "As lutas africanas são movimentadas lateralmente ou em formas de pulos altos, e só viram de frente na hora de dar cabeçadas contra o peito do outro que desejam derrubar, acontece-lhes chocarem-se fortemente cabeça contra cabeça, o que faz com que a brincadeira não raro degenere em briga e que as facas entrem em jogo ensanguentando-a".- JOÃO MAURÍCIO RUGENDAS-"Viagem pitoresca através do Brasil" 1834
a 1839, Biblioteca Histórica Brasileira, Liv. Marins Editora. São Paulo, 1954. Pág. 197. Sem nenhuma identidade com a capoeira, o berimbau aparentar a forma de um arco e fecha muito usado pelos Indígenas. Salientando que os africanos nunca perderam sua identidade, nem seu dialeto sofreu nenhuma
Também Observando várias dúvidas dos folcloristas, pesquisadores e historiadores, tenho a certeza de que a Capoeira é a Fusão do N"Golo, trazida da África e o Maraná, existente no Brasil antes do Descobrimento, nascida nos Quilombos dos Palmares, Capitania Hereditária de Pernambuco. Aqui vão alguns exemplos: no livro "arte da gramática da língua mais usada na costa do Brasil" publicado em 1595 onde o padre José de Anchieta, cita que os índios Tupi-guarani, divertem jogando capoeira; Guilherme de Almeida, no livro música do Brasil, sustenta serem indígenas as raízes da capoeira; o Navegador Português Martins Afonso de Souza, observou tribos jogando capoeira. Um trabalho publicado pela xerox do Brasil, o professor austríaco Gerhad Kubik, antropólogo e membro da associação mundial do folclore, e profundo conhecedor de assuntos africanos, diz estranha que o brasileiro chame "Capoeira de Angola, quando ali não existe nada semelhante.
Conclusão: A capoeira é Afro-Brasileira, pelas provas documentadas de 1624 na Invasão Holandesa, e usada na fuga de Escravos Africanos para o Quilombo dos Palmares.
esquinas "sem motivos manifestos" e "da assobios ou outro qualquer sinal" Esses assobios eram obtidos com as pontas dos dedos mínimos colocados nos lábios(assobios grave, flautas de madeira) ambos praticados pelo meu Pai, Bianor de Oliveira( discípulo quando rapaz de Nicolau do poço), para chama, de longe, os filhos, utilizando tais recursos, os capoeiras avisavam-se uns aos outros, da proximidade da policia, sobre tudo se tratava-se de cavalaria, que respeitavam. Ou valiam, simplesmente, como ordem de debandar, em caso de derrota eminente, em algum entrevero.
Antigos Valentes da Capoeiragem Recifense
A nossa capital a largos anos passados era conhecida como terra dos "faquistas", ou Capoeiristas. Os desconhecidos perambulavam pelas nossas principais ruas, conduzindo armas ostensivamente e praticando crimes sem que houvesse para eles a menor punição, porque dispunham da proteção de certos chefes políticos, aos quais serviam de capangas, principalmente nas épocas de eleição. Não havia segurança de espécie nenhuma para o povo. A vida de um cidadão desaparecia de um momento para outro. Matava-se diariamente nesta cidade. Muitos eram assassinados por motivos frívolos. Estavam em evidencia os valentes: Hoje relatamos trechos da história de José do Nascimento da Silva, o capoeira Nascimento Grande, nascido no Recife em 24 de Dezembro de 1842 que foi entre os homens valentes daquela época, o mais respeitado e popular. O primeiro destes, já nos seus oitenta anos de idade época da foto ao lado, foi agredido na cidade de Vitória do Santo Antão por um grupo de Afamados (Brabos) constituído por Cosmo Pretinho, Apolônio da Capunga, Ascenço e Corre-Hoje e, num movimento de legitima defesa, fez tombar, atingido por uma bala na boca. Em toda vida de
Nascimento Grande, podemos afirmar, foi a única vez que recorreu a arma de fogo, em virtude de sua idade avançada que não lhe permitiu a agilidade de sempre, pois com sua bengala afamada, fez correr inúmeros valentes, fazendo certa vez, cair por terra, o celebre Sabe-Tudo, num encontro que teve com este na antiga Pracinha, atualmente Praça da Independência.
Os pontos preferidos pelos perturbadores da ordem pública eram os bairros de Santo Antonio, São José e Afogados e o subúrbio da Torre, Madalena e Poço da panela.
A mais notável façanha de Nascimento Grande, o "brabo dos brabos", vem do tempo em que Barbosa Lima era governador de Pernambuco.
Havia a Cambôa do Carmo, u'a mulata de estouro, chamada Luiza. Certo comendador, chefe de importante de firma comercial desta praça, era o forte dessa mulher. A' mundana, não eram indiferentes a robustez e valentia de Nascimento. Ciente o comendador, do que se passava, todo cheio seu poder monetário e suas relações políticas, foi-lhe fácil aliciar um soldado do antigo esquadrão de cavalaria, para que desse uma lição em Nascimento. O soldado foi alem das ordens recebidas, preferindo matar Nascimento a aplicar-lhe uma sova (Surra), (para o que se sentiu pequeno).
Certo dia, em plena tarde, Nascimento demora á janela da casa de Luisa, quando o aliciado lhe desfecha dois tiros de (Comblaim,) sem resultado. As balas quebraram apenas as rotulas das janela. Perseguindo o agressor pelo agredido, foi por este alcançado alem do Pátio do Carmo, no ingresso da rua de Santa Tereza. Desfez-se o soldado em lamuria, declarando que aquilo não era obra sua, mas do Comendador F... – Dá-lhe Nascimento uns safanões, mandando-o em paz.
Dia seguinte Nascimento monta em seu cavalo e foi até lingüeta, ponto de reuniões dos expoentes comerciantes do Recife. Lobrigado Nascimento pelo comendador que ali se achava, dá este uma marcha para um banco que ficava á rua do comercio, onde Nascimento, á porta, dá umas boas cipoadas, montando depois serenamente em seu cavalo que trans portou até a rua cãs Cruzes, onde morava no 1º Andar, aquele tempo de numero 14, foi um escândalo da época. Poderosos intervieram para que Nascimento fosse afastado de Pernambuco, mas não conseguiram, o afastado voluntariamente foi o comendador, que não mas voltou em Recife, esta passagem da vida de Nascimento, só os Velhos do Recife estão no seu domínio. Não invocamos testemunhas para não melindrar raízes das velhas famílias importante do Recife. Caso interessante da vida de Nascimento. Também possuía duas Bengalas, a primeira de castão de prata e madeira, a segunda um rústico cipó-pau. Da primeira fazia uso quando vestia o seu melhor traje – da segunda fazia de vagações noturnas.
Este fato é mais recente, deu-se no ano de 1902. Em Casa Forte havia um bilhar onde a noite se jogava Lasquinet. Tomavam parte neste jogo pessoas de distinção. Nascimento era parceiro para aquele Arrabalde, onde se dirigia sempre de trem de 6 e 32 da linha principal. Esta, certo dia, nesse viajava sentado num banco próximo á porta de um dos carros de 2º classe. Parado e trem na Jaqueira, logo em seguida foi dado o sinal de partida. Já em movimento um forte Negro tentou alcança-lo com verdadeira imprudência. Seria vitima se não fora Nascimento com sua agilidade de felino e sua força segurando a vitima por um braço, já desequilibrado, sacudindo para dentro do trem, o Preto machucou-se um pouco. Nascimento se deixou ficar como se nada houvera, no seu lugar ocupado desde Recife. Passado um instante o Negro rompeu em impropérios contra nascimento, que nada lhe respondeu no curto trajeto da Jaqueira para o Parnamirim, o Preto disse mais desaforos a Nascimento que uma remeira sempre irritada poderia dizer num ano. Nascimento impassível. Parado o trem em Parnamirim. O Preto passou em sua frente depois de lhe dirigi uma expressão grosseiriscima – Salta Nascimento e aplica duais boas cipoadas no Preto e logo uma terceira, fez cair dentro da venda de Francisco de tal, bem em frente a Estação – grita sº Francisco: Nascimento não faça isso, a esta voz o Negro se levanta, e diz : - Eu não sabia que era Nascimento. Tudo isso aconteceu no instante, de vez que Nascimento ainda tomou o mesmo trem com destino á Casa Forte. Chegando a Faleceu aos 94 anos em 1936, que Gilberto Freire por ocasião da morte deste Capoeira, reclamou ao governo sua Homenagem.
Bibliografia: Recife Sangrento. Trechos do Livro Inédito sobre História de capoeira no Recife do Século XIX, de Bernardo Alves. Câmara Cascudo. José mariano. José Lins do Rego
Cartas do Jesuíta Antonio Gonçalves para os superiores de Lisboa, em 1735, descreve um luta que os índios praticavam antes de qualquer conflito, em forma de roda dois a dois usando os braços, pernas, cotoveladas, joelhadas, e usando todo corpo como armas (convento de Santo Inácio de Loyola, anais das missões no Brasil. Tomo III pág. 128)
O escrito Holandês Gaspar Barleus descreve no livro "Rerum Per Octenium in Brasília-1647, a luta dos índios tupis praticada no litoral brasileiro" chamado de maraná, luta de guerra, só existem dois exemplares, um no EUA e outro no Brasil.
O cronista alemão Johann Nieuhoff descreve em seu livro "Crônicas do Brasil Holandês" 1670, a luta do maraná assim com descreve em baixo:
Maraná a Dança da Guerra
As cartas do escrivão Francis Patris, que acompanhava o cortejo do príncipe Mauricio de Nassau durante a invasão Holandesa, descreve entre muitos obstáculos para a ocupação do território brasileiro a resistência dos Habitantes do Brasil.
Negros comandados por Henrique Dias, portugueses por Vidal de Negreiros, Índios Potiguares comandados por Felipe Camarão, o "Ìndio Poti". Esses índios usavam durante o confronto, alem de flechas borduna, lanças e tacapes, os pés e as mãos desferindo golpes mortais, destacando-se por sua valentia e ferocidade.
Pertencia a cultura potiguara a dança e guerra Maraná, que avaliava o nível de valentia. Em círculos, os guerreiros com perneiras de conchas compunham um compasso ao bater com os pés e as mãos, invocando seus antepassados, acompanhado de atabaques de troncos com pele de Anta, chocalhos e marimbas, em quanto que dois guerreiros se confrontavam ao centro com golpes de pernas, cotoveladas e movimentos que imitavam os animais.
Quilombo dos Palmares
A maior resistência socioeconômica e política da história do Brasil, quase cem anos lutando pelo direito á vida e á liberdade, na Serra da Barriga, em Pernambuco hoje Estado da Alagoas. Em 1650, um grupo de escravos se
rebelou no engenho de Pianco, Capitania de Pernambuco, liderada pelo Príncipe Negro Angolano "Zumba" que os conduziu para o Alto da Serra da Barriga, onde ficava a aldeia de nação Potiguar "Palmares", liderada pelo cacique Canindé e a Xamã Akutirene. A velha feiticeira previu que o certo dia surgiria de grande rio um grande Rei que imortalizaria Palmares. Com sua grande liderança foi eleito Rei "Ganga" de Palmares. Dentro de poucos anos a população negra passou 70%, a dos principais quilombos, que ao todo foram oito (Amaro, Akutirene, Macaco, Aqualtene, Danbraga, Subupira,
Adalaquituxe), 25% de Índios e 5% de Portugueses Brancos foragidos (Mestiços, portugueses, Franceses e Espanhóis). Toda essa miscigenação racial criou uma nova cultura étnica, religiosa, dialeto, capoeira, culinária, relações, culturais onde a terra era patrimônio de todos e as decisões de ganga eram decididas pelo concílio dos anciões Zama, que representava os patriarcas de cada família. Palmares foi a maior republica socialista de América, formava um arco-íres racial do povo Brasileiro (Negros, Mamelucos, Índios, Cafuzos, Sararás, Mulatos e Brancos e etc.) nessa sociedade surgiu à capoeira com a fusão das culturas negras, indígenas e brancas. O negro contribuiu com o N'Golo, a ginga, mandinga, com seus instrumentais, pandeiro quadrado, atabaque Islâmico, agogô e mais tarde o berimbau (urocongo). Os Índios com as marimbas, xererê, atabaque de tronco oco e pele de anta, com movimentos que imitavam os animais.
Ouviu-se falar de capoeira pela primeira vez durante as invasões holandesas, em 1624, quando os índios, e Negros escravos, (as duas primeiras vitimas da colonização). Aproveitando-se da confusão gerada, fugiram para as matas, aumentando o contingente dos Quilombos dos palmares onde o primeiro rei "ganga" Chamava-se Zumba; Salientamos que o primeiro Quilombo registrado foi em
Pernambuco(Cumbi) no ano de 1558.
Em 1678 foi Regis trado a chegada de Ganga Zumba, Rei dos Palmares, ao recife. Onde foi recebido pelo então Governador Souza de Castro; Por várias vazes Ganga-Zumba com seus Guerreiros Maus vestidos chegaram a Recife, convidado pelo Governo de Pernambuco a respeito de muitos Escravos fugirem para Os Quilombos, deixando grandes prejuízos para os Fazendeiros, que precisavam da monocultura Escrava; do acordo firmado entre Zumba e o Governo Constituinte, nada foi cumprido por parte do poder Constituído. Também durante uma dessas visitas Ganga-Zumba foi envenenado Pelos seus Próprios Colaboradores manipulados pelo Governo Pernambucano. Zumbi: Assumindo o comando o Guerreiro Zumbi que quando criança havia sido raptado por Bandeirantes ou Caçadores de Escravos e criado por um Padre em Recife, que aos 15 anos já era coroinha, e aos 25 anos fugiu para os Quilombos dos Palmares ficando no lugar de Ganga-Zumba mais foi morto no dia 20 de Novembro de 1695 pelo perverso Domingos Jorge Velho, a sua cabeça foi colocada em sal e enfiada em um poste na frente da Igreja do Carmo para mostrar a seus seguidores que seu defensor havia sido vencido, hoje existe o monumento do mesmo, e a data de sua morte é comemorada o dia da Consciência Negra, Segundo a Lenda Zumbi era um nato lutador de capoeira. O Reinado de Zumbi Durou 14 anos.
A Capoeira é Considerada a Arte Marcial Brasileira pelo motivo de ser utilizada de muita forma como as Maltas, Guerra do Paraguai, Revoltas dos Mercenários, nas caramussas entre monarquia e republicanos, Guerra das Tabocas, Mascates, Guardas costas de José do Patrocínio e Dom Pedro 1, Canudos, Farrapos, Primeira e segunda Guerra Mundial, ETC...

A fusão
Com base no nome capoeira ser de origem tupi-guarani, (mato ralo que foi cortado) e que toda cultura África tem os seus nomes em idiomas africanos, como também as danças indígenas brasileiras são de forma de passadas idêntica a ginga da capoeira com "pé para frente e pé para traz". "As lutas africanas são movimentadas lateralmente ou em formas de pulos altos, e só viram de frente na hora de dar cabeçadas contra o peito do outro que desejam derrubar, acontece-lhes chocarem-se fortemente cabeça contra cabeça, o que faz com que a brincadeira não raro degenere em briga e que as facas entrem em jogo ensanguentando-a".- JOÃO MAURÍCIO RUGENDAS-"Viagem pitoresca através do Brasil" 1834
a 1839, Biblioteca Histórica Brasileira, Liv. Marins Editora. São Paulo, 1954. Pág. 197. Sem nenhuma identidade com a capoeira, o berimbau aparentar a forma de um arco e fecha muito usado pelos Indígenas. Salientando que os africanos nunca perderam sua identidade, nem seu dialeto sofreu nenhuma
Também Observando várias dúvidas dos folcloristas, pesquisadores e historiadores, tenho a certeza de que a Capoeira é a Fusão do N"Golo, trazida da África e o Maraná, existente no Brasil antes do Descobrimento, nascida nos Quilombos dos Palmares, Capitania Hereditária de Pernambuco. Aqui vão alguns exemplos: no livro "arte da gramática da língua mais usada na costa do Brasil" publicado em 1595 onde o padre José de Anchieta, cita que os índios Tupi-guarani, divertem jogando capoeira; Guilherme de Almeida, no livro música do Brasil, sustenta serem indígenas as raízes da capoeira; o Navegador Português Martins Afonso de Souza, observou tribos jogando capoeira. Um trabalho publicado pela xerox do Brasil, o professor austríaco Gerhad Kubik, antropólogo e membro da associação mundial do folclore, e profundo conhecedor de assuntos africanos, diz estranha que o brasileiro chame "Capoeira de Angola, quando ali não existe nada semelhante.
Conclusão: A capoeira é Afro-Brasileira, pelas provas documentadas de 1624 na Invasão Holandesa, e usada na fuga de Escravos Africanos para o Quilombo dos Palmares.
esquinas "sem motivos manifestos" e "da assobios ou outro qualquer sinal" Esses assobios eram obtidos com as pontas dos dedos mínimos colocados nos lábios(assobios grave, flautas de madeira) ambos praticados pelo meu Pai, Bianor de Oliveira( discípulo quando rapaz de Nicolau do poço), para chama, de longe, os filhos, utilizando tais recursos, os capoeiras avisavam-se uns aos outros, da proximidade da policia, sobre tudo se tratava-se de cavalaria, que respeitavam. Ou valiam, simplesmente, como ordem de debandar, em caso de derrota eminente, em algum entrevero.
Antigos Valentes da Capoeiragem Recifense
A nossa capital a largos anos passados era conhecida como terra dos "faquistas", ou Capoeiristas. Os desconhecidos perambulavam pelas nossas principais ruas, conduzindo armas ostensivamente e praticando crimes sem que houvesse para eles a menor punição, porque dispunham da proteção de certos chefes políticos, aos quais serviam de capangas, principalmente nas épocas de eleição. Não havia segurança de espécie nenhuma para o povo. A vida de um cidadão desaparecia de um momento para outro. Matava-se diariamente nesta cidade. Muitos eram assassinados por motivos frívolos. Estavam em evidencia os valentes: Hoje relatamos trechos da história de José do Nascimento da Silva, o capoeira Nascimento Grande, nascido no Recife em 24 de Dezembro de 1842 que foi entre os homens valentes daquela época, o mais respeitado e popular. O primeiro destes, já nos seus oitenta anos de idade época da foto ao lado, foi agredido na cidade de Vitória do Santo Antão por um grupo de Afamados (Brabos) constituído por Cosmo Pretinho, Apolônio da Capunga, Ascenço e Corre-Hoje e, num movimento de legitima defesa, fez tombar, atingido por uma bala na boca. Em toda vida de
Nascimento Grande, podemos afirmar, foi a única vez que recorreu a arma de fogo, em virtude de sua idade avançada que não lhe permitiu a agilidade de sempre, pois com sua bengala afamada, fez correr inúmeros valentes, fazendo certa vez, cair por terra, o celebre Sabe-Tudo, num encontro que teve com este na antiga Pracinha, atualmente Praça da Independência.
Os pontos preferidos pelos perturbadores da ordem pública eram os bairros de Santo Antonio, São José e Afogados e o subúrbio da Torre, Madalena e Poço da panela.
A mais notável façanha de Nascimento Grande, o "brabo dos brabos", vem do tempo em que Barbosa Lima era governador de Pernambuco.
Havia a Cambôa do Carmo, u'a mulata de estouro, chamada Luiza. Certo comendador, chefe de importante de firma comercial desta praça, era o forte dessa mulher. A' mundana, não eram indiferentes a robustez e valentia de Nascimento. Ciente o comendador, do que se passava, todo cheio seu poder monetário e suas relações políticas, foi-lhe fácil aliciar um soldado do antigo esquadrão de cavalaria, para que desse uma lição em Nascimento. O soldado foi alem das ordens recebidas, preferindo matar Nascimento a aplicar-lhe uma sova (Surra), (para o que se sentiu pequeno).
Certo dia, em plena tarde, Nascimento demora á janela da casa de Luisa, quando o aliciado lhe desfecha dois tiros de (Comblaim,) sem resultado. As balas quebraram apenas as rotulas das janela. Perseguindo o agressor pelo agredido, foi por este alcançado alem do Pátio do Carmo, no ingresso da rua de Santa Tereza. Desfez-se o soldado em lamuria, declarando que aquilo não era obra sua, mas do Comendador F... – Dá-lhe Nascimento uns safanões, mandando-o em paz.
Dia seguinte Nascimento monta em seu cavalo e foi até lingüeta, ponto de reuniões dos expoentes comerciantes do Recife. Lobrigado Nascimento pelo comendador que ali se achava, dá este uma marcha para um banco que ficava á rua do comercio, onde Nascimento, á porta, dá umas boas cipoadas, montando depois serenamente em seu cavalo que trans portou até a rua cãs Cruzes, onde morava no 1º Andar, aquele tempo de numero 14, foi um escândalo da época. Poderosos intervieram para que Nascimento fosse afastado de Pernambuco, mas não conseguiram, o afastado voluntariamente foi o comendador, que não mas voltou em Recife, esta passagem da vida de Nascimento, só os Velhos do Recife estão no seu domínio. Não invocamos testemunhas para não melindrar raízes das velhas famílias importante do Recife. Caso interessante da vida de Nascimento. Também possuía duas Bengalas, a primeira de castão de prata e madeira, a segunda um rústico cipó-pau. Da primeira fazia uso quando vestia o seu melhor traje – da segunda fazia de vagações noturnas.
Este fato é mais recente, deu-se no ano de 1902. Em Casa Forte havia um bilhar onde a noite se jogava Lasquinet. Tomavam parte neste jogo pessoas de distinção. Nascimento era parceiro para aquele Arrabalde, onde se dirigia sempre de trem de 6 e 32 da linha principal. Esta, certo dia, nesse viajava sentado num banco próximo á porta de um dos carros de 2º classe. Parado e trem na Jaqueira, logo em seguida foi dado o sinal de partida. Já em movimento um forte Negro tentou alcança-lo com verdadeira imprudência. Seria vitima se não fora Nascimento com sua agilidade de felino e sua força segurando a vitima por um braço, já desequilibrado, sacudindo para dentro do trem, o Preto machucou-se um pouco. Nascimento se deixou ficar como se nada houvera, no seu lugar ocupado desde Recife. Passado um instante o Negro rompeu em impropérios contra nascimento, que nada lhe respondeu no curto trajeto da Jaqueira para o Parnamirim, o Preto disse mais desaforos a Nascimento que uma remeira sempre irritada poderia dizer num ano. Nascimento impassível. Parado o trem em Parnamirim. O Preto passou em sua frente depois de lhe dirigi uma expressão grosseiriscima – Salta Nascimento e aplica duais boas cipoadas no Preto e logo uma terceira, fez cair dentro da venda de Francisco de tal, bem em frente a Estação – grita sº Francisco: Nascimento não faça isso, a esta voz o Negro se levanta, e diz : - Eu não sabia que era Nascimento. Tudo isso aconteceu no instante, de vez que Nascimento ainda tomou o mesmo trem com destino á Casa Forte. Chegando a Faleceu aos 94 anos em 1936, que Gilberto Freire por ocasião da morte deste Capoeira, reclamou ao governo sua Homenagem.
Bibliografia: Recife Sangrento. Trechos do Livro Inédito sobre História de capoeira no Recife do Século XIX, de Bernardo Alves. Câmara Cascudo. José mariano. José Lins do Rego
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